Encontro Nacional dos Produtores Brasileiros de Leite em Brasília marca a união do setor contra as importações

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A união dos agentes da cadeia produtiva de leite em busca de melhorias para o setor brasileiro ganhou ainda mais força após movimento realizado nesta quarta-feira (16) pela Frente Parlamentar em Apoio ao Produtor de Leite (FPPL). Mais de 500 produtores, entidades do setor, autoridades e dezenas de parlamentares de todo o país se reuniram no auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, para o Encontro Nacional dos Produtores Brasileiros de Leite.

A deputada federal por Minas Gerais, produtora de leite e presidente da FPPL, Ana Paula Junqueira Leão, foi quem encabeçou o evento que expôs dados recentes e uniu a cadeia diante do cenário que exige medidas imediatas em defesa da pecuária leiteira nacional. “Cumprimento, inicialmente, as autoridades que são e dão razão a este encontro: os produtores de leite do nosso país. Desde que assumi a FPPL, converso diariamente com homens e mulheres que perseveram na pecuária leiteira e enfrentamos uma das piores crises. Com a importação predatória do produto, pequenos e médios produtores estão deixando o campo. Com isso, acontece o aumento do ciclo de desemprego, a necessidade de estruturas e serviços públicos, redução da circulação econômica, ingresso de famílias em programas assistenciais, mais desigualdade social, fragilização da segurança alimentar e risco real de desabastecimento”, comenta a parlamentar.

Laycer – Partido Progressistas

Além da FPPL, o encontro contou com o apoio da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (ABRALEITE), da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Os impactos causados pela importação desleal de leite foi tema dos pronunciamentos.

“O Brasil já foi dependente de lácteos, de importações, e essa situação volta a ser uma ameaça. Hoje quem está pagando a conta somos nós produtores de leite. Nós é que estamos sofrendo, pequenas indústrias de laticínios e cooperativas, principalmente. A população precisa entender que esse leite que está vindo de fora não é só predatório a nossa cadeia, ao nosso setor, quem vai pagar a conta lá na frente é justamente o consumidor quando a gente depender de importações se nós tivermos desabastecimento”, disse o presidente da ABRALEITE, Geraldo Borges.

O presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Ronei Volpi, reforçou a gravidade do momento enfrentado pela pecuária leiteira no país. “Nos deslocamos para apresentar e ouvir as possíveis soluções de uma das piores crises que estamos vivendo no setor lácteo brasileiro. Nunca tivemos um momento tão difícil, um volume de importações tão grande do Mercosul. A atividade leiteira com certeza é a mais sensível e a mais complexa que se tem no agro brasileiro. E além de ser uma atividade econômica é, talvez, a maior em termos de importância social por englobar milhões de brasileiros”, disse.

Já o presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas, fez questão de elogiar o esforço dos que mais têm sido afetados pela crise. “Produtores de leite! Vocês merecem a minha saudação não só por estarem aqui, mas pela resiliência que vocês têm demonstrado na vida de produtor de leite. Meus cumprimentos a vocês pela garra, pela força que vocês têm. E essa força se mostra ainda muito maior hoje pela capacidade de se organizarem, de se unirem e buscarem uma interlocução”, destaca.

Ainda durante o evento, anúncios importantes foram feitos por autoridades do Governo Federal no tocante às ações em defesa do setor. “Um setor tão importante economicamente e socialmente falando, que produz renda, gera empregos e tem um papel importante no enfrentamento à fome merece atenção. Algumas medidas foram adotadas, como por exemplo: a retirada dos 29 itens da resolução 353, que voltam a ter a tarifa normal, elevação da alíquota de 12,8% para 18% e elevação da alíquota de alguns derivados. Com essas medidas, a gente entende que consegue dar os primeiros passos para que esse problema seja essencialmente resolvido”, afirma a Secretária-Executiva da Camex e representante do vice-presidente da República Geraldo Alckmin, Marcela Carvalho.

Representando o poder Executivo, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, também se pronunciou favoravelmente à causa defendida pelos produtores de leite. “Das mais de um milhão e 170 mil propriedades agrícolas, um milhão são pequenas propriedades. O leite é a renda diária da agricultura familiar e é a partir dele que o filho e a filha estudam. (…) O primeiro pacote de medidas que nos foi sugerido foi adotado e não estamos fechados, pelo contrário, estamos abertos para analisar um segundo pacote de medidas em proteção dos agricultores familiares. Junto com vocês, queremos buscar uma solução a um tema tão importante e tão estrutural da agricultura brasileira”, afirma.

Laycer – Partido Progressistas

Também estiveram presentes no evento, participando da mesa de honra, os deputados Tião Medeiros, Presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR); e Pedro Lupion, Presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA); Elizabeth Nogueira Fernandes, Chefe Geral da Embrapa Gado de Leite; o deputado federal Rafael Pezenti, secretário da FPPL; a deputada federal Marussa Boldrin, vice-presidente da FPPL; e o deputado Evair de Melo.

“Garantir a manutenção do produtor de leite no campo, estancar a saída daqueles que são pequenos e médios, defender o produtor brasileiro. É isso que precisamos fazer! Que o campo seja não só conservado, mas, cada vez mais, promovido, potencializado, pujante, produtivo. Geramos e sustentamos vidas. Garantimos saúde. Alimentamos o Brasil. Temos orgulho da nossa vocação, da nossa profissão e um novo tempo haverá de acontecer com união. Essa é a missão do nosso agro e o leite também é agro”, finalizou Ana Paula.

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