Audiência Pública conduzida por Ana Paula Leão debate deficiência na prestação de serviço da CEMIG

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Condições climáticas, dificuldades no acesso e a própria vegetação nativa. Essas são algumas justificativas que representantes da Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG) apresentaram durante a audiência pública realizada nesta quinta-feira (23) durante reunião da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR).

A audiência foi proposta pela deputada federal Ana Paula Leão (PP-MG) através do requerimento nº 23/2023 para debater a prestação energética inadequada da CEMIG nas áreas rurais de Minas, principalmente no Sul do Estado.

“A lida diária do produtor rural já é muito difícil, quase insustentável, principalmente do produtor de leite e qualquer litro que ele perde é um prejuízo enorme. Eventos extraordinários de força maior não justificam a falha ou a ausência permanente que vem acontecendo. Não há manutenção preventiva, não houve até então um programa efetivo de investimentos imediatos e não há atendimento adequado aos produtores rurais”, destacou Ana Paula.

A deputada também ressaltou que houve uma mudança nos últimos tempos. “A CEMIG tem 70 anos de história, eu cresci na zona rural e a CEMIG era uma das melhores companhias energéticas do país e hoje, infelizmente, a gente não pode dizer o mesmo. Mas o que justifica esse retrocesso? A gente vê que o lucro multiplicou em 25 vezes no segundo trimestre, alcançando 1,245 bilhão de reais. A deficiência na prestação do serviço não é exclusiva do Sul, o Triângulo Mineiro e o Noroeste de Minas também estão com problemas seríssimos. Quem vive na zona rural perde insumos, produtos, leite, vacinas, além da própria comida”.

Ernando Antunes Braga, superintendente de Serviços Comerciais, Emergenciais e Manutenção da Distribuição participou da audiência de forma virtual e aproveitou para destacar os números da Companhia. “Estamos em 774 municípios, em 96% do estado e a região do Sul conta com 132 cidades e mais de 1 milhão de clientes. O desligamento não é causado só por falha, nós precisamos fazer o desligamento da rede para fazer manutenções e melhorias. No ano de 2023, tivemos um aumento de 42% no registro de chuvas mais fortes, aumento de 321% nos registros de eventos severos. Estamos no caminho da melhoria contínua, na busca da eficiência e a CEMIG está muito preocupada com a qualidade do atendimento prestado aos nossos clientes”, disse.

O engenheiro líder regional da Cemig Distribuição, Alexon do Prado Conde, também participou de forma virtual. “No Sul de Minas, nós temos as nossas dificuldades em função de topografias, acessos e da severidade dos eventos climáticos que a gente tem tido. A nossa lida diária no campo é sofrida e não medimos esforços para atender nossos clientes com muito respeito e dedicação. Em alguns casos, nós temos que esperar até três dias para que a gente tenha acesso a uma propriedade rural para que possamos passar com nossos equipamentos para fazer o reestabelecimento do serviço elétrico”.

Já Aline de Freitas Veloso, assessora da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG) falou sobre a atuação da instituição. “A gente tem acompanhado, recebido, monitorado e em todas as vezes que recebemos as informações de falta de energia nós repassamos à distribuidora e a notificamos sobre o tempo, a duração e a frequência com que essas interrupções acontecem, em especial no Sul de Minas. A energia é essencial para as atividades produtivas e em nosso estado a diversidade produtiva é enorme e justamente por isso a gente precisa de melhor adequação”.

No final das exposições, Ana Paula Leão questionou os representantes da CEMIG sobre os investimentos realizados, ressarcimento dos produtores lesados, a atuação da companhia e compromissos assumidos junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Por fim, ainda questionou se eles consideram o serviço prestado adequado ao consumidor.

Em resposta à parlamentar, o superintendente pediu paciência para que o problema seja resolvido. “Nós pedimos tempo para que vocês possam perceber a significativa melhoria na qualidade do nosso sistema elétrico e, naturalmente, no nosso atendimento que vai melhorar a satisfação dos nossos clientes. Nós prestamos um serviço dentro da regulação, nós temos muitos pontos de melhoria e é para isso que estamos aqui. Nós precisamos de tempo para executar manutenções, mas nós seguimos rigorosamente e a nossa busca é para atender todos os clientes no menor tempo possível. Temos pontos críticos, de melhoria e estamos trabalhando para corrigi-los”.

“O preço da CEMIG é caro, nós pagamos por ele e ninguém incomoda de pagar, desde que a gente tenha o serviço. Os produtores não recebem notificação de que vão ficar sem energia elétrica e tem propriedades que ficam até 92 horas sem energia e sem receber um aviso prévio. O produtor rural não tem tempo. O leite é um produto perecível. Se ele fica um determinado tempo sem energia é preciso jogar fora. A única coisa que nós estamos pedindo é para a gente produzir. O tempo da CEMIG é diferente do tempo dos produtores e, por isso, pedimos uma solução rápida”, finalizou Ana Paula.

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